Dor nas costas gera mais de 28 mil licenças por ano no Brasil

Dados do Ministério da Previdência Social (MPS) apontam que o número de afastamentos e aposentadorias por invalidez decorrentes de dores na coluna tem ocupado grandes posições na lista de doenças com maior incidência no Brasil, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID 10). Somente em 2011, as dorsalgias, popularmente conhecidas como dores nas costas, foram responsáveis por 9% do total de concessões de auxílios-doença acidentários, com 28.744 beneficiários.

Somando os afastamentos e aposentadorias decorrentes de acidentes de trabalho e os auxílios previdenciários, foram cerca de 203 mil pessoas afastadas por dorsopatias (doenças das costas), número que se manteve em 2012. Estima-se que tenham sido gastos, aproximadamente, R$ 380 milhões, nos últimos dois anos, em benefícios para tratamento dessas doenças.

“Seria muito mais barato para o governo investir em ações preventivas do que custear afastamentos temporários e aposentadorias precoces”, disse Angela Lepesqueur, fisioterapeuta e diretora do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral em Brasília (ITC Vertebral). Segundo ela, a maioria dos pacientes que buscam tratamento fisioterapêutico, possui um longo histórico de dor.

“Com um programa adequado de estabilização vertebral é possível evitar males mais graves na coluna, incluindo as hérnias de discos, as artroses, listeses, entre outras doenças. É preciso incluir programas de orientação postural e pilates durante as aulas de educação física nas escolas, fazer um programa de controle nos hospitais e clínicas, ajustar ergonomicamente os ambientes de trabalho, entre outras ações”, afirmou Angela Lepesqueur, que também é diretora regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) no Distrito Federal.

Obesidade, sedentarismo e estresse agravam situação

O alto número de aposentadorias e afastamentos devido a problemas na coluna está diretamente ligado ao atual estilo de vida da população, de acordo com a fisioterapeuta Angela Lepesqueur. “As pessoas têm se exercitado cada vez menos, ficando longos períodos de tempo sentadas em seus carros, escritórios ou nos sofás assistindo à TV. As crianças quase não brincam em áreas externas e passam a maior parte do tempo nos computadores.”

Obesidade, sedentarismo, estresse e envelhecimento também são fatores que favorecem o aparecimento de doenças causadoras de dores nas costas, conforme afirmou Angela Lepesqueur. “Como a expectativa de vida do brasileiro aumentou, a população está envelhecendo mais e, por isso, surgem mais problemas degenerativos”, afirmou.

24/09/13

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